Ela trabalhava no setor de entrevista aos candidatos aos benefícios, onde concedia ou não as aposentadorias; três pessoas foram presas durante a operação.
A Polícia Federal afirma que a funcionária do INSS presa nesta segunda-feira (12), durante a operação Contrição, agia junto ao cunhado dentro da agência em Montes Claros para fraudar as concessões de aposentadorias rurais. Helen Rosana Veloso Braga trabalhava, segundo a PF, no setor de atendimento aos candidatos a receberem os benefícios na agência. Neste setor, o benefício era concedido ou não.
O esquema foi denunciado pelo INSS em dezembro de 2016 após ser descoberto por servidores que trabalham com monitoramento operacional de benefícios na agência em Montes Claros. “Estes são funcionários que trabalham diariamente com esta rotina de atividade e, ao verificarem alguns benefícios de aposentadorias rurais, verificaram indícios de irregularidades na concessão destes benefícios”, explica o gerente executivo do INSS em Montes Claros, Wilson Rocha da Silva.
Além da servidora do INSS, outras duas pessoas foram presas na operação. A polícia investiga 97 benefícios concedidos irregularmente, com o intermédio da organização criminosa. “Para conceder o benefício é necessário uma prova documental, e esta prova vinha por intermédio da falsificação da declaração do sindicato dos trabalhadores rurais”, explica o delegado da PF Marcelo Freitas.
Todos os beneficiários podem responder por estelionato qualificado, pois sabiam que as aposentadorias eram concedidas de forma irregular. “Eram pessoas, em geral, muito humildes, mas que sabiam que se tratava de uma forma irregular. Alguns destes beneficiários, inclusive, já eram beneficiários de outros benefícios concedidos pelo próprio INSS, evidenciando o pleno conhecimento da situação de fraude”.
A investigação apontou também que beneficiários contratavam empréstimos consignados logo que os benefícios eram concedidos e este dinheiro era repassado integralmente aos intermediários da fraude. A PF acredita que a estrutura principal do esquema tenha faturado cerca de R$ 1 milhão.
O G1 tentou contato com a defesa da servidora, mas não teve retorno.