Obra emergencial deve ser concluída até setembro; empresa prevê até 200 trabalhadores. Bombas vão retirar 700 litros por segundo para aliviar crise hídrica na capital.
áquinas e operários começaram nesta semana a escavar e nivelar o terreno do canteiro de obras às margens do Lago Paranoá, em Brasília, onde será construída uma obra emergencial de captação de água. O pregão, fechado por R$ 42 milhões, foi vencido pela empresa Enfil S/A Controle Ambiental, que terá seis meses para concluir as obras.
A expectativa, segundo o governo, é de que a operação das novas bombas comece em setembro. Quando o sistema começar a funcionar, deve retirar 700 litros do Lago Paranoá por segundo para reforçar o abastecimento das regiões que, hoje, recebem água do sistema Santa Maria/Torto.
De acordo com material divulgado pelo governo, ainda não há peças da estrutura de captação no local. Isso acontece porque a Enfil deve "levar parte da estação já construída" para o Lago Norte. A expectativa é de empregar 200 trabalhadores no pico de trabalho.
"Cerca de 90% deles [os trabalhadores] são do DF. Ou seja, haverá criação de emprego e renda", diz o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, em entrevista divulgada pelo GDF. Os outros 10% devem vir de São Paulo, onde fica a sede da Enfil.
Obra adicional
Em abril, o G1 mostrou que a estrutura a ser instalada no Lago Paranoá terá de ser complementada por uma segunda obra. Ela não estava prevista no projeto original e, por não ser considerada emergencial, não está incluída no aporte de R$ 42 milhões da União.
Sem essa obra, o governo não teria como repassar eventuais "excedentes" captados no Lago Paranoá para as regiões abastecidas pela bacia do Descoberto. A princípio, a água vinda do lago será destinada a regiões como Sobradinho II, Lago Norte e Varjão, que são atendidas pelo reservatório de Santa Maria.
No planejamento original, a estação elevatória da Caesb que já existe no Parque da Cidade serviria de interligação entre o tanque de captação do Lago Paranoá – que será construído no Setor de Mansões do Lago Norte – e as regiões do Descoberto. O mecanismo serviria para "equilibrar" o abastecimento nas duas áreas, caso um reservatório fique em situação mais crítica que o outro.
Projeto de captação
A mini-estação consiste em um sistema de motores-bomba que vão ficar em balsas no leito do lago. Serão quatro, no total, com capacidade para captar 700 litros por segundo – metade do que atualmente é consumido pelo Plano Piloto. O prazo para entrega é de oito meses segundo o certame, mas a expectativa é que a obra esteja concluída em setembro
“Desde o início do nosso governo tivemos a percepção clara da necessidade de investimentos, que não eram feitos há 16 anos no DF. Essa obra é importante para amenizar os efeitos da crise hídrica”, apontou Rollemberg na solenidade desta quarta. Entre outras melhorias em curso, ele citou o Sistema do Bananal, previsto ainda para o egundo semestre deste ano.
O circuito, que funciona com energia elétrica, vai puxar a água do Paranoá e transportá-la para uma estação móvel de tratamento, composta por membranas de moléculas grandes e com elevada capacidade de filtragem. Essas membranas, instaladas em cointêineres, vão ficar perto da margem do lago.
Depois de tratada, a água será bombeada para a rede que abastece o DF. O volume captado irá abastecer Lago Norte, Varjão, Paranoá, Itapoã, Taquari e Sobradinho 2 e desafogar o reservatório de Santa Maria.
A estrutura pode acabar encarecendo a conta de água do DF. Um reajuste da tarifa já é discutido. Enquanto a Agência Reguladora das Águas (Adasa) sugere um aumento de 2,5%, a Caesb espera um reajuste de 5% nas faturas. Apesar de contribuir por trazer 700 litros de água por segundo no sistema, não há previsão para fim do racionamento.
- Fonte G1