Curso começou nesta segunda; PMs irão aprender noções básicas da Língua Brasileira de Sinais. Deficiência auditiva foi tema da redação do Enem no fim de semana.
oliciais militares de diversas áreas de atuação no Distrito Federal começaram a fazer nesta segunda-feira (7) um curso para aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras), utilizada por pessoas com deficiência auditiva. O objetivo, segundo o comandante-geral da PM coronel Marcos Antônio Nunes, é capacitar os policiais para que possam fazem a abordagem de surdos "garantindo a dignidade e o direito à segurança".
A inclusão para surdos também foi tema da redação do Enem no domingo (5). A prova teve quatro textos motivadores. Um com números de alunos surdos na educação; outro com um trecho da Constituição afirmando que todos têm direito à educação; um terceiro sobre uma lei que determinou que a Língua Brasileira de Sinais se tornasse a segunda língua oficial do Brasil; e o último com um anúncio do Ministério Público do Trabalho que questionava o preconceito no mercado (veja abaixo).
Na capacitação dos Policiais Militares do DF, o curso de Libras surgiu a partir da dificuldade encontrada pelos PMs para entender pessoas com deficiência auditiva durante as ocorrências. Segundo os policiais, na maioria das vezes é preciso usar caneta e papel para se comunicar e, mesmo assim, é difícil estabelecer um entendimento.
Na primeira turma, 15 PMs aprenderão noções básicas de Libras até a próxima sexta-feira (10). Depois, o grupo deverá se tornar multiplicador e "passar adiante o conhecimento", explicam os coordenadores do curso. De acordo com o comandante-geral "a abordagem é o começo de tudo e a expectativa é que a ação sirva de modelo para outras corporações dentro e fora do DF.
As aulas foram elaboradas com a ajuda do Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência do Brasil (Icep-Brasil) que defende a divulgação da Língua Brasileira de Sinais como forma de comunicação e inclusão.
Na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, no domingo, a deficiência auditiva foi o tema. Escrever sobre “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” era a proposta para os candidatos. Segundo especialistas ouvidos pelo G1, a redação acompanhou a importância que a prova passou a dar aos alunos surdos – pela primeira vez, houve uma versão em vídeo para os candidatos que não são ouvintes.
"Ser o tema do Enem é uma forma de expandir a discussão para todos os alunos. Os surdos devem fazer parte da sociedade e ter consciência disso é parte importante do processo", afirmou Cyntia Teixeira, doutoranda da PUC-SP e professora no Instituto Federal de São Paulo.
A intérprete de Libras e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos de Linguagem na PUC-SP Carla Sparano, alerta que um dos problemas é a falta de intérpretes. "Existe a carência de intérpretes capacitados para atuar em escolas e universidades, por exemplo. A formação costuma ser generalista”, explicou.
O professor Everton Pessoa de Oliveira, tradutor-intérprete de Libras-português, afirma que a formação desses profissionais costuma ocorrer em ambientes informais, como em espaços religiosos e familiares.
Fonte G1
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